Há uma reclamação recorrente que diz que o brasileiro tem mania de deixar tudo para a última hora. E a entrega da declaração do Imposto de Renda não poderia ser diferente. Mas, será que sempre leva vantagem ser um dos primeiros a entregar esse documento?

De acordo com o advogado tributarista Fábio de Oliveira Lima, do escritório Ivo Barboza Advogados & Associados, a recomendação é preparar a declaração de Imposto de Renda Pessoa Física com bastante antecedência. Já a entrega vai depender do caso de cada contribuinte. A partir da declaração pronta, chega o momento de análise da melhor data de entrega.

E preparar a declaração não significa apenas levantar os documentos e dados que serão utilizados. É também colocar tudo isso no programa. “A depender da pessoa, o preenchimento pode demorar. Tem pessoas que não gastam nem 1 hora para fazer, porque faz o modelo “simplificado”. É simples: só uma renda, poucos bens e direitos e nada de obrigações. Entretanto, outros fazem pelo modelo completo. Pode ser bem mais demorado e, a depender da pessoa, durar dois ou mais dias para se preencher”, explica Fábio.

Depois de tudo preenchido, chega a hora de avaliar o que é melhor para a situação do contribuinte. “Quem deixa para enviar a declaração nos últimos dias vai ser restituído provavelmente no último lote, com o valor atualizado pela Selic. Nos bancos, para o investidor comum, não há rendimento melhor do que a Selic. Mas muitos preferem entregar logo para ser restituído – podem estar precisando do dinheiro para pagar uma conta ou comprar algo – então, esses devem entregar logo”.

Para quem quer aproveitar a atualização pela taxa Selic, a dica é entregar a declaração dois dias antes do prazo final, para não ter surpresas com o sistema de envio da Receita Federal. Deixar para o último dia – que, neste ano, é 30 de abril, poderá trazer outro problema em razão da possibilidade de o sistema congestionar.